Importação de vinhos no Brasil
As facilitações da compra por diferentes meios de comércio, como o online, oferecem maior acesso a vinhos importados e de edições limitadas, bem como permitem a fidelização a partir de planos mensais por diferentes clubes de assinantes. A importação de vinhos no Brasil está se tornando cada vez mais promissora e com variados rótulos e diferentes gostos, a bebida tem alcançado cada vez mais um público maior e mais fiel.
Afinal, o vinho é conhecido por ser uma bebida de apreciação. Sendo assim, a não tão nova, mas sempre atual, harmonização com pratos variados e festas tradicionais fomentam o incentivo ao consumo.
Com tantos rótulos disponíveis, os apreciadores estão sempre buscando marcas diferentes, o que impulsiona ainda mais vantagens na importação.
Contudo, é importante destacar que o Brasil possui algumas exigências nos trâmites aduaneiros em vigor e que exigem análise e conhecimento técnico da operação.
Mas nada que impeça trazer ao mercado brasileiro excelentes opções de vinhos para degustação.
Como é o consumo de vinhos no Brasil?
No cenário mundial, o Brasil encontra-se entre os 20 maiores consumidores de vinho, enquanto internamente estima-se que 36% da população brasileira consuma vinho.
De acordo com pesquisa da Wine Intelligence, a quantidade de pessoas que consomem vinho dobrou em relação a 2010, alcançando uma proporção semelhante à dos Estados Unidos. Já a Europa, por sua vez, lidera o mercado consumidor.
O impacto da pandemia no consumo de vinhos no Brasil
As restrições geradas para o combate do Coronavírus transformaram a rotina durante a pandemia, o que certamente diversificou o consumo.
Assim, o aumento de vendas online e as facilidades logísticas acabaram facilitando o acesso e trazendo ao mercado novos apreciadores.
Fato é que o consumo de vinhos ultrapassou até mesmo a vodca, mais uma evidência de quão promissor é esse segmento.
A importação de vinhos em números
Até o momento, considerando o período de janeiro a dezembro de 2022, o Brasil importou aproximadamente US$ 425.703.821.
Principais fornecedores
De acordo com dados do Comex Stat, a principal origem da importação de vinhos é o Chile, que até dezembro de 2022 soma US$ 172.395.960. A Argentina é o segundo maior fornecedor com US$ 85.273.195, seguido de Portugal com US$ 59.960.616.
No Chile, as vinícolas Vina Concha Y Toro SA e Vina San Pedro Tarapaca SA são as maiores exportadoras para o Brasil.
Já na Argentina, do mesmo modo, a Milan SA segue como a principal parceira comercial do país.
Como funciona a importação de vinhos no Brasil?
Os trâmites aduaneiros para importação de vinhos envolvem algumas particularidades que devem ser atendidas corretamente para que o desembaraço ocorra sem atraso ou custos extras.
Aliás, a importação poderá ocorrer via Trading Company caso sua empresa não possua habilitação perante a Receita Federal do Brasil (RFB).
No caso de importação própria, a empresa deverá atender alguns requisitos como:
- Habilitação no RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros) da Receita Federal;
- Possuir CNPJ com CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) para comércio de bebida alcóolica;
- Registro de importador de bebidas perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Documentação
No que tange à documentação para a importação de vinhos, além dos exigidos em importações de qualquer produto, é necessário que sejam apresentados outros específicos.
Abaixo temos a relação documental que deverá ser providenciada e analisada antes do embarque:
- Fatura Comercial (Commercial Invoice);
- Packing List;
- Conhecimento de Embarque;
- Licença de Importação – MAPA;
- Certificado de Origem;
- Certificado de Análise do produto.
Assim como, o produto deverá estar no padrão de rotulagem exigido para a mercadoria. Portanto, as informações obrigatórias são:
- Nome e registro do importador;
- Tipo da uva;
- Nome do vinho e marca;
- Ingredientes;
- Safra e o lote correspondente;
- Conservantes utilizados;
- Validade;
- Graduação alcóolica;
- as informações “Evite o consumo excessivo de álcool” e “Proibido para menores de 18 anos”; e
- entre outras obrigações;
Importante comentar também que todos os detalhes devem ser minuciosamente analisados a atendidos, visto que a análise de cada ponto pode tanto agilizar o processo de liberação ou atrasá-lo visto que podem ser solicitadas correções não só na documentação como também nos rótulos dos produtos.
Outros documentos poderão ainda ser solicitados na importação de vinhos, como, por exemplo:
- Certificado de Registro do Estabelecimento do Importador;
- Certificado de inspeção de importação, que autoriza a comercialização do produto;
- Autorização para dispensa de coleta de amostras, cuja emissão deve ser efetuada pelo Setor Técnico da SFA/UF (Superintendências Federais de Agricultura);
- Comprovante da indicação geográfica do produto; e
- Comprovante da Tipicidade e Regionalidade.
Logo após a submissão de toda documentação, o MAPA irá recolher amostra da mercadoria e enviar para análise laboratorial.
Tributação
A alta carga tributária em determinados produtos como o vinho acabam impactando, inegavelmente, diretamente na sua competitividade. No entanto, isso pode ser amenizado com uma boa gestão operacional para evitar custos desnecessários e atrasos.
Só para ilustrar, a seguir temos a relação das NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) e seus respectivos impostos e alíquotas. Cabe ainda, além disso, a inclusão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), com base na regulamentação de cada estado e eventuais benefícios fiscais aplicáveis.
Por fim, importante registrar que não é autorizada a importação de vinhos em vasilhames acima de 5 litros no Brasil (Lei nº 7.678/1988, alterada pela Lei nº 10.970/2004).
Desembaraço Aduaneiro
O desembaraço aduaneiro é uma etapa extremamente delicada e, para garantir a nacionalização do vinho adquirido no mercado estrangeiro, existem alguns trâmites específicos e com prazos determinados que devem ser considerados previamente, desde o planejamento da operação. Veja a seguir.
Na importação de vinhos, portanto, a autorização para comercialização somente ocorre após a emissão do Certificado de Inspeção. A emissão dele pelo MAPA é feita em até 60 dias, contados a partir do resultado da análise laboratorial.
No caso de o produto estar vinculado a Certificado de Inspeção anterior, emitido há menos de 1 ano, não será necessário efetuar nova coleta de amostra para análise, o que reduz, assim, o tempo de liberação para as importações seguintes.
Durante o processo de liberação aduaneira, o importador poderá retirar o produto do recinto alfandegado e armazenar em outro local a um custo menor, a partir da emissão de um termo de Fiel Depositário.
Logística da importação de vinhos
Tratando-se de uma mercadoria para consumo humano, a logística deve ser adequada e que garanta a qualidade e integridade do produto.
Alguns aspectos como iluminação, umidade e temperatura são essenciais para boa conservação do vinho.
Selecione um parceiro logístico que condicione a mercadoria em embalagens como painel térmico, cobertura térmica, airbag de papel, manta térmica, absorventes de umidade e medidor de temperatura para garantir que sua importação esteja adequada aos padrões exigidos.
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É possível notar a complexidade envolvida na importação de vinhos pela criticidade documental, sempre visando manter a qualidade do produto.
Importar por especialistas no mercado garante maior eficiência na sua operação e menor risco ao seu negócio.
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